Hoje, o plantio direto é o principal sistema de cultivo no país. Esse sistema permite vários benefícios para o solo, tais como: maior conservação hídrica, combate a erosão e menor uso de maquinários. (TRIPLETT & DICK, 2008). Apesar de todos os benefícios à agricultura, pode favorecer a presença de percevejos fitófagos, que sobrevivem em restos culturais, dentre eles as espécies: Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus.

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O Dichelops melacanthus e Dichelops furcatus  são popularmente conhecidos como “percevejo de barriga verde” e carrega esse nome devido a presença da estrutura de coloração verde predominante em seu abdômen. Segundo Grazia (1978), o inseto possui um tamanho entre 9 a 12 mm, cabeça jugas agudas, ângulos umerais na forma de espinhos, podendo ser longos ou arredondados e margens anteloterais do pronoto serrilhadas. A principal diferença entre o Dichelops spp. e o Euchistos heros, além da coloração do abdômen, são as jugas arredondadas.

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Os percevejos fitófagos são sugadores e possuem estiletes para alimentar de substratos das plantas. Segundo Panizzi (2000), os percevejos Dichelops ssp. eram considerados pragas secundárias na soja e passaram a atacar milho e trigo, principalmente nas fases inicias das culturas (vegetativo). No milho, o principal dano é o perfilhamento, que é causado após a alimentação no seu meristema apical, onde ocorre a extração da seiva das plantas e ingestão de substâncias toxicas. (BRUSTOLIN et al., 2011).  Além disso, causam outro dano: necrose tecidual, devido aos agentes histolíticos que liquefazem as partes sólidas das células, para ingestão alimentar. (MINER, 1966). Tais danos ocorrem no milho, principalmente, nas plântulas, na região caulícular, onde perfura e faz com que as folhas cresçam danificadas, formando o “encharutamento” e um amarelecimento foliar. Como consequência, ocorre redução do estande final (número de plantas por metro).

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As regiões com maiores problemas são as que cultivam milho segunda safra, especialmente a centro-oeste, onde há condições ambientais favoráveis e resto culturais que possibilitam a multiplicação e sobrevivência do inseto. A espécie Dichelops melacanthus é mais encontrada nos estados do Paraná e Mato-grosso, já a D. furcatus no Paraná e Rio grande do sul. (Wright, 2016)

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É indicado o controle de daninhas hospedeiras, principalmente trapoeraba, que abriga o hospedeiro em seu 1° e 2° instar, devido a sua reserva hídrica. Além disso, a utilização de tratamento de sementes (TS) e inseticidas na dessecação da soja, podem reduzir a população desse inseto. Em relação ao nível de controle, a indicação para adotar o controle químico é quando houver 1 percevejo vivo a cada 10 plantas sequencias, particularmente até o estágio V4 (DUARTE, 2015). Os cuidados com a lavoura devem ser sequenciados com conjunto de medidas, para reduzir a população dessa praga e aproximar do maior potencial produtivo da cultura.

 

Referencias:

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DUARTE, M. M.; AVILA, C. J.; SANTOS, V. Danos e nível de dano econômico do percevejo barriga verde na cultura do milho. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, 2015.

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FABRIS, P. A.; TOCCHETTO, S. Percevejo-barriga-verde (Dichelops spp) na cultura do milho safrinha. In: Informativo de Desenvolvimento Tecnológico. Technology Development by Monsanto, 2016.

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LUCINI, T. Documentos114 Manejo Integrado dos Percevejos. n. July, 2015.

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Percevejo barriga verde (Dichelops furcatus). AGROLINK. Disponível em: <https://www.agrolink.com.br/problemas/percevejo-barriga-verde_510.html>. Acesso em: 13 fevereiro 2019

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Redigido por: Juliano Aparecido Monteiro