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Informativo GEA

Capim-amargoso na cultura do milho
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INTRODUÇÃO:

O milho é uma cultura amplamente cultivada em todo o território nacional, apesar de ser uma cultura amplamente adaptada às diferentes regiões do Brasil, ele apresenta um baixo rendimento quando comparada a produção em outros países. O manejo inadequado de plantas daninhas na cultura é um fator que afeta diretamente nesse baixo rendimento, onde as perdas na cultura podem variar entre 10 e 80%, de acordo com as espécies de daninhas envolvidas e o número de plantas por área (VARGAS et al., 2006).

Figura 1: Plantas daninhas em meio a cultura do milho

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Fonte: AGRICULTURA NO BRASIL, 2016

O período para a realização do controle das plantas infestantes na área é de suma importância para a produtividade final da cultura, onde tem-se a divisão entre os períodos para o controle. Segundo observado por (KOZLOWSKI, 2002), o período conhecido como Período Anterior à Interferência (PAI), o qual as plantas daninhas não irão causar perdas de produtividade na cultura, compreende da emergência até o estágio fenológico V2. Durante o Período Total de Prevenção à Interferência (PTPI), a planta deve se desenvolver sem que haja presença de daninhas para que sua produtividade não seja alterada, identificado pelo autor foi até o estágio fenológico V7. Dessa forma o Período Crítico de Prevenção a Interferência identificado foi de V2 a V7 para a cultura do milho.

Figura 2: Rendimento de grãos do milho, em função dos períodos de convivência e de controle das plantas daninhas na área experimental. FEGA/PUCPR, Fazenda Rio Grande PR. 2000/01.

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rendimento de grãos com daninhas.png

Fonte: KOZLOWSKI, 2002

Dentre a ampla gama de plantas daninhas que prejudicam o desenvolvimento do milho, o Capim Amargoso tem grande destaque, devido a dificuldade de controle dessa planta. Essa espécie possui populações resistentes a alguns herbicidas importantes utilizados na agricultura, como o glifosato, além do rápido crescimento, e elevado potencial de causar perdas de rendimento. (BIOMATRIX, 2021)

CASOS DE RESISTÊNCIA:

O Capim Amargoso, tem algumas características que desafiam os produtores no seu controle, como o ciclo perene, reprodução sexual (sementes) e assexual (estruturas de reservas subterrâneas), alta produção de sementes (mais de  100 mil), fácil disseminação das sementes pelo vento, e a germinação independe da luz. Além de todos esses fatores, a planta registrou casos de resistência a alguns herbicidas importantes (MAIS SOJA, 2018).

Uma das principais formas de seleção de biótipos resistentes é a alta taxa de exposição do Capim amargoso a herbicidas com um mesmo mecanismo de ação. Assim, o uso cotidiano do mesmo mecanismo de ação desencadeia diferentes mecanismos de resistência da planta, que passa a se adaptar à ação do herbicida. (MAIS SOJA, 2019).

O sistema de plantio de direito, apesar de muitos benefícios, a prática favoreceu a infestação da daninha. Isso porque, no plantio convencional, as sementes eram enterradas junto ao revolvimento do solo, fazendo com que destrua as reservas energéticas utilizadas no rebrote. Aliado a esse aumento da infestação, e o uso indiscriminado do glifosato, aconteceu a seleção de plantas com resistência simples a herbicidas inibidores da EPSPs e da ACCase, em 2008 no Brasil. Assim, em 2016, já houve relatos de resistência múltipla do Capim Amargoso a esses herbicidas, ou seja, uma mesma planta possuía mecanismos de resistência distintos a herbicidas pertencentes aos grupos dos Inibidores da ACCase: fenoxaprop-P-etil e haloxifop-P-metil, e Inibidores da EPSPs: glifosato (MAIS SOJA, 2021).

Figura 3: Rebrota de touceiras de capim-amargoso após aplicação de Roundup + Select + Assist (3L/ha + 0,8 L/ha + 0,5% v/v).

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rebrota de amargoso.png

Fonte: Revista Cultivar, 2015

IDENTIFICAÇÃO:

Para realizar um controle de forma eficiente é necessário saber identificá-la dentro das lavouras comerciais. A identificação dessa daninha em estágios mais avançados de desenvolvimento é mais fácil, pois apresenta uma panícula grande e vistosa, que mede de 15 a 30 cm, as panículas são formadas cada uma por cerca de 20 a 50 racemos, que estão cobertos por pêlos sedosos de coloração amarelo-prateada. A identificação desta planta daninha em seus estágios iniciais é mais complexa, porém de suma importância para a realização de um controle adequado. A plântula desse capim apresenta coleóptilo verde e ovalado, ápice agudo sem apresentar pelos, a bainha é esverdeada podendo apresentar pelos, ligula esbranquiçada e membranacea, colmo ereto e sem pelos e uma lâmina foliar estriada (BIOMATRIX, 2021).

Figura 4: Planta adulta de Capim-amargoso

Figura 5: Plântula de Capim-amargoso.

planta adulta de amargoso.png

Fonte: Revista Cultivar

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plantula de amargoso.png
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Fonte: BIOMATRIX, 2021

CONTROLE:

O controle de capim amargoso apresenta grandes dificuldades, por conta de seus casos de resistência registrados, porém na cultura do milho o desafio do controle é ainda maior, pois as duas espécies são monocotiledôneas. Outro fator que dificulta ainda mais o controle desta é sua adaptação ao sistema de plantio direto, fazendo com que seu controle seja ainda muito dependente do uso de herbicidas (BIOMATRIX, 2021).

Um estudo realizado em casa de vegetação no município de Campo Florido MG, visou avaliar a eficiência de alguns produtos no controle em pré e pós emergência do capim amargoso, os produtos utilizados para o controle na cultura do milho foram:

Tabela 1: Herbicidas utilizados para o controle em pós-emergência do capim amargoso na cultura do milho.

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Fonte: Adaptado de Melo et al., 2017

Tabela 2: Herbicidas utilizados em pré-emergência de Digitaria insularis na cultura do milho

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Fonte: Adaptado de Melo et al., 2017

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Neste estudo os tratamentos que apresentaram melhores resultados para o controle dessa planta infestante foram: em pós emergência do capim amargoso, quando a planta apresentava de 1 a 2 perfilhos, o nicosulfuron (600 g ha-1 i.a.), imazapic + imazapyr (52,5 + 17,5 g ha-1 i.a.), atrazine (3000 g ha-1 i.a.). Já em pré emergência os herbicidas que apresentaram os melhores resultados foram: atrazine (2500 g ha-1 i.a.), isoxaflutole (60 g ha-1 i.a.), S-metolachlor (1440 g ha-1 i.a.) (MELO et al., 2017).

Redigido por:

Rodrigo Cintra Bachega - Xiado

Gabriel Beckers Hill - Réqs

Referências:

CULTIVAR, Revista. Manejo da planta daninha capim amargoso. Disponível em: <https://revistacultivar.com.br/artigos/manejo-da-planta-daninha-capim-amargoso>. Acesso em: 1 mar 2022.

KOZLOWSKI, L. A. Período crítico de interferência das plantas daninhas na cultura do milho baseado na fenologia da cultura. Planta Daninha, v. 20, p. 365–372, 1 Dez 2002. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pd/a/GXyGHkXk4fg6CtTJGjHs8kK/?lang=pt#>. Acesso em: 1 mar 2022.

MELO, Marcel Sereguin Cabral De e colab. Alternativas de controle químico do capim-amargoso resistente ao glyphosate, com herbicidas registrados para as culturas de milho e algodão. Revista Brasileira de Herbicidas, v. 16, n. 3, p. 206, 10 Set 2017. Acesso em: 5 mar 2021.

SEMENTES, Biomatrix. Capim-amargoso em milho: como fazer o controle correto. Disponível em: <https://sementesbiomatrix.com.br/blog/fitossanitario/capim-amargoso-em-milho/>. Acesso em: 1 mar 2022.

SOJA, Equipe Mais. Controle de capim-amargoso (Digitaria insularis) em milho. Disponível em: <https://maissoja.com.br/controle-de-capim-amargoso-digitaria-insularis-em-milho/>. Acesso em: 1 mar 2022.

SOJA, Equipe Mais. Daninhas resistentes: danos e controle do capim-amargoso em soja. Disponível em: <https://maissoja.com.br/danos-e-controle-do-capim-amargoso-em-soja/>. Acesso em: 1 mar 2022.

VARGAS, Leandro e PEIXOTO, Claudio Miranda e ROMAN, Erivelton Scherer. manejo de plantas daninhas na cultura de milho. Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do61.pdf>.

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