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Informativo GEA

Broca da cana
Diatrea sacharalis
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A broca-da-cana pode ser considerada umas das principais pragas da cultura, a qual teve sua incidência aumentada a partir da utilização da cana crua, e, atrelada a um dos fungos causadores da podridão vermelha causa prejuízo de R$ 5 bilhões de reais ao ano para o setor e fazem com que cerca de 400 mil toneladas de cana não sejam colhidas (CANAL RURAL, 2021).

Diatrea sacharalis é a principal espécie de broca-da-cana presente nas maiores áreas produtoras da cultura no Brasil. Quando adulto, possui coloração amarelo palha com manchas escuras nas asas anteriores e a fêmea possui tamanho maior que o macho. Seu ciclo de vida dura de 60 a 90 dias, a depender da temperatura (MACEDO; MACEDO, 2004).

Figura 1- Ciclo de vida da Diatrea sacharalis.

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Fonte: Promip.

A ovoposição é feita normalmente nas folhas e uma fêmea pode depositar em média 300 ovos. Após a eclosão dos ovos, as lagartas migram para a região do cartucho da planta, onde permanecem raspando as folhas durante uma a duas semanas. Depois desse período, as lagartas conseguem perfurar o colmo da planta na base do entrenó, porção mais mole, abrindo galerias longitudinais no sentindo ascendente e se abrigam lá dentro (MACEDO; MACEDO, 2004).

A lagarta apresenta coloração branco-leitosa com pontuações amarronzadas ao longo o corpo e mede cerca de 25 mm quando completamente desenvolvida (MACEDO; MACEDO, 2004).

Figura 2- Diatrea sacharalis no colmo da cana.

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Fonte: Promip.

Essa praga ataca todo o ciclo da cana, porém tem menor ocorrência na fase jovem, uma vez que, durante esse período, a planta não possui entrenós formados. Entretanto, sua incidência também está relacionada a certas variedades e a condições climáticas como elevação da temperatura e épocas mais chuvosas (MACEDO; MACEDO, 2004).

Os danos causados pela broca podem ocorrer de forma direta e indireta. Os danos diretos decorrem da alimentação da lagarta, ato capaz de resultar na perda de peso do colmo, devido a abertura das galerias; “coração morto”, quando a praga atinge a região de crescimento da planta e ocasiona a morte da gema apical; encurtamento dos entrenós; enraizamento aéreo; estimulo de brotações laterais e quebra dos colmos pela ação do vento (MACEDO; MACEDO, 2004).

Figura 3- Quebra do colmo.

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Fonte: Heraldo Negri.

Figura 4- Coração morto na cana.

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Fonte: Heraldo Negri.

Figura 5- Sintoma de enraizamento aéreo.

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Fonte: Heraldo Negri.

Os danos indiretos podem ser ocasionados por microrganismos que invadem o colmo pelo orifício causado pela praga. Esses microrganismos podem ser fungos causadores da podridão vermelha, doença a qual acarreta em inversão da sacarose (MACEDO; MACEDO, 2004).

A doença, como o nome já diz, pode causar uma podridão de cor avermelhada nos colmos. Além disso, deixa a nervura central da folha de coloração vermelha, podendo ser confundida com deficiência de potássio (AGROLINK, 2021).

Figura 6- Sintomas de podridão vermelha na cana.

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Fonte: SANGUINO (2009?).

Estudos recentes, de pesquisadores da ESALQ-USP, descobriram que um dos fungos causadores da podridão vermelha, o Fusarium verticillioides, não somente se aproveita dos orifícios deixados pela broca da cana para sua infecção, mas também é capaz de controlar o comportamento da lagarta da broca e a produção de aromas pela planta, visando favorecer sua reprodução. A contaminação da planta pelo fungo faz com que a cana seja capaz de exalar voláteis os quais podem atrair mariposas sadias para se infectarem com o fungo e assim se tornarem vetores da doença (CANAL RURAL, 2021).

Além disso, pela percepção da grande problemática causada por esse Lepidóptero, é necessário que se faça sua correta amostragem visando o controle. Essa amostragem consiste na coleta de 20 colmos ao acaso por hectare ou 125 colmos por talhão homogêneo em cinco pontos. Os colmos devem ser cortados longitudinalmente para visualização se houve ou não o ataque da praga, em que o nível de controle é de 3% (MACEDO; MACEDO, 2004).

Para o efetivo controle dessa praga, uma série de manejos devem ser realizados, como a combinação do controle químico, biológico e genético.

O controle químico deve ser realizado quando a lagarta ainda está em sua fase inicial, pois ainda está localizada fora do colmo, fazendo com os inseticidas consigam atingir o alvo desejado. Segundo estudos, é possível analisar que ingredientes ativos como Triflumuron, Clorantraniliprole e Novaluron possuem certa eficácia no controle da praga (CARVALHO, 2018).

Gráfico 1- diferentes tratamentos para broca-da-cana.

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Fonte: Carvalho (2018).

Gráfico 2- Intensidade do índice de infestação da praga com e sem tratamento.

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Fonte: Carvalho (2018).

Sobre o controle biológico, utiliza-se da vespa Cotesia flavipes, parasita das larvas da broca quando já estão dentro do colmo. Além disso, é possível a utilização de Trichogramma galloi, parasita do ovo, porém esse possui elevado custo e deve ser liberado em grandes quantidades. Entretanto, quando se combina os dois controles biológicos é possível observar maior eficiência (MACEDO; MACEDO, 2004).

Tabela 1- Eficiência do controle biológico sobre Diatrea sacharalis.

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Fonte: Nava et al. (2009).

Figura 7-Cotesia flavipes parasitando a broca-da-cana.

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Fonte: Empraba.

Por fim, recomenda-se o plantio de variedades resistentes à broca, como CTC20BT e CTC9001BT, as quais possuem uma proteína Cry (EMBRAPA, 2021).

Redigido por:

Amanda Pelicer Beckers - π-p-ta

Referências:

AGROLINK. Podridão-vermelha da cana. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/problemas/podridao-vermelha-da-cana_3264.html. Acesso em: 05 nov. 2021.

CANAL RURAL. Estudo: fungo da podridão vermelha manipula broca-da-cana para se disseminar: o fusarium verticillioides controla a produção de aromas do canavial para atrair as mariposas livres da doença. O Fusarium verticillioides controla a produção de aromas do canavial para atrair as mariposas livres da doença. 2021. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/cana/estudo-fungo-podriao-vermelha-broca-da-cana/. Acesso em: 05 nov. 2021.

CARVALHO, João Paulo (ed.). Nematoides e pragas da cana-de-açúcar. Ribeirão Preto: Instituto Agronomico, 2018.

 EMBRAPA. Nova cana-de-açúcar apresenta resistência à broca e ao herbicida glifosato. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/53731548/nova-cana-de-acucar-apresenta-resistencia-a-broca-e-ao-herbicida-glifosato. Acesso em: 05 nov. 2021.

MACEDO, Newton; MACEDO, Daniella. As pragas de maior incidência nos canaviais e seus controles. 2004. Disponível em: https://www.esalq.usp.br/visaoagricola/sites/default/files/cana-producao-vegetal04.pdf. Acesso em: 05 nov. 2021.

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