top of page

Informativo GEA

Antracnose no feijão
rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

No Brasil, o feijão representa um dos pilares na dieta da população sendo consumido em um volume relativamente alto (cerca de 17kg por habitante/ano). Em termos agronômicos, essa cultura também tem sua importância visto que pode ser cultivada em sucessões de cultivos ao longo do ano pois possui um ciclo relativamente curto, em torno de apenas 90 dias. Entretanto, o feijoeiro é bastante sensível a fatores fitossanitários, segundo Maffia et al. (1998) apud Cerbaro (2013), a cultura é susceptível a 17 espécies de bactérias, 108 espécies de fungos, 19 espécies de vírus e 24 espécies de nematoides. Assim, a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum, pode levar a severos prejuízos nas lavouras com as perdas de até 90% da produtividade caso não manejada corretamente.

Figura 1: Vagens atacadas pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum.

antracnose.jpg

Fonte: Agrolink

Essa doença é de suma importância na cultura devido a dois principais fatores, em que o primeiro se baseia nas condições favoráveis para o desenvolvimento interno dessa doença, como alta umidade, temperaturas baixas a moderadas e altos índices pluviométricos, se tornando um grave problema principalmente em áreas irrigadas. O segundo se dá devido ao fato de sua disseminação também ocorrer por meio de respingos de chuva ou irrigação, o que faz com que a doença se espalhe rapidamente pela lavoura, além disso, esse processo é favorecido ainda pelo adensamento entre as plantas. As sementes também são vetores da doença, sendo responsáveis pela disseminação em novas áreas (CERBARO, 2013).

Figura 2 - Folhas, Sementes e Vagens com antracnose.

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png
antracnose 2.png

Os danos estão presentes em quase todo o ciclo do feijoeiro, dessa forma, conforme a Agrolink, nas plântulas podem ser observadas manchas de coloração marrom ou preta presentes nos cotilédones, já no hipocótilo são visíveis lesões alongadas e deprimidas podendo causar seu estrangulamento, de acordo com o nível de infeção.  Em alguns casos as lesões podem também ser vistas na parte superior das folhas com uma região clorótica se desenvolvendo em torno de uma mancha necrótica, se o nível de infecção for elevado essas manchas podem se estender ao limbo foliar. As folhas mais severamente danificadas se curvarão para baixo. No caule e nos pecíolos podem ser observadas lesões alongadas e escuras podendo ser deprimidas. Ainda nas vagens podem ser observadas lesões de coloração marrom, com bordos escuros e salientes, circundadas por um anel pardo-avermelhado, apresentando uma leve depressão que pode ser percebida quando passamos os dedos sobre as lesões, podem também podem apresentar centros de colorações mais claras ou rosadas em casos de esporulação do fungo. Já as sementes infectadas apresentam lesões levemente deprimidas de cor marrom e uma certa descoloração.

Fonte: Agrolink

Figura 3 - Caule e folhas atacadas pela antracnose.

atranc.jpg

Fonte: Agrolink

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

Tem-se atualmente um amplo espectro de técnicas para o controle de doenças no feijoeiro, contudo, o manejo deve ser realizado de forma integrada. No caso da antracnose, valem ser ressaltados o tratamento de sementes, rotação de culturas, aplicação de fungicidas na parte aérea das plantas, o uso de cultivares resistentes e de sementes sanitariamente sadias (LOBO Jr, 2005 apud CERBARO, 2013). Diversos estudos confirmaram a eficiência do controle químico, Sartorato & Rios (2003) apud Cerbaro (2013) mostraram que há uma eficiência na mistura de ingredientes ativos, em que se observa uma maior abrangência pois permitem um amplo controle não somente da antracnose, mas também de outras doenças que ocorrerão simultaneamente na cultura, além de diminuir a ocorrência de uma seleção de biótipos resistentes aos fungicidas.

 

O controle químico realizado de forma coerente tem sido uma das principais armas, esses fungicidas irão interferir diretamente no desenvolvimento do patógeno, seja no processo de respiração mitocondrial (estrobilurinas), na seletividade da membrana plasmática (triazois), na diminuição da taxa de penetração do patógeno nos tecidos (isoftalonitrilas) ou na germinação dos esporos (organoêstanicos) (CERBARO, 2013).

atracc.png

Fonte: Monica Jasper

atracccc.png

Fonte: Iapar, 2013

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

Redigido por:

Réqs - Gabriel Beckers Hill

Referências:

CERBARO, Lilian. Dispersão e controle de antracnose em feijão. 2013. Disponível em: http://tede.upf.br/jspui/bitstream/tede/437/1/2013LilianCerbaro.pdf. Acesso em: 27 ago. 2021.

JASPER, Monica. COMPARATIVO DE DIFERENTES GRUPOS DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS DO FEIJOEIRO. 2010. Disponível em: https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2205. Acesso em: 27 ago. 2021.

bottom of page