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Informativo GEA

Ferrugem asiática
da soja
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Como o Brasil é o maior produtor mundial de soja, essa cultura tem grande importância econômica no país, sendo a principal doença desta cultura a  Ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopshora pachyrhizi, um  basidiomiceto biotrófico, o qual foi identificado pela primeira vez no estado do  Paraná em 2001 e, em 2005, já atingia todas as regiões produtores do país

(AGROLINK, 2021).

Seus esporos são disseminados especialmente pelo vento nas lavouras, evidenciando, assim, sua rápida dispersão. Além de atingir as plantas de soja, a soja perene (Glicyne sojae), o feijão caupi (Vigna unguiculata), a corda de viola  (Ipomeia nil Família Convolvulaceae) e o leiteiro (Euphorbia heterophylla)  também são hospedeiros do patógeno, servindo de inóculo para a doença

(RODRIGUES, 2021).

As condições ideais de desenvolvimento dessa fitossanidade são: elevada umidade relativa, molhamento foliar acima de 6 horas, sombreamento, com o  fechamento do dossel, uma vez que os raios ultravioletas possuem efeito  deletérios sobre os esporos, e temperaturas de 15 a 25°C (PORTAL ADAMA,  2021).

O ciclo de vida da ferrugem é complexo, podendo envolver diferentes tipos de  esporos: de origem sexual ou assexual. Os uredinósporos são formados  assexuadamente, permanecendo na urédia por um período de 5 a 8 dias. Após  esse período são liberados por meio de um ostíolo e dispersados pelo vento.  Sob condições ambientais apropriadas, uredinósporos emitem um tubo  germinativo e penetram diretamente, em vez de usar abertura estomática. No  Brasil, não há ocorrência do ciclo sexual dessa doença (NASCIMENTO;  GAVASSONI; BACCHI; MELO, 2021).

Entenda um pouco mais sobre as características químicas do solo e como elas influenciam na retenção de nutrientes.

Figura 1 - Ciclo da ferrugem asiática da soja.

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Fonte: blog da Aeagro.

Os sintomas podem se manifestar em qualquer estádio de desenvolvimento e  em qualquer parte da planta, como cotilédones, hastes e folhas, sendo nestas últimas os sinais mais característicos. Sua identificação é comumente feita pela  observação da parte abaxial das folhas do terço inferior das plantas, em que  ocorrem saliências com pontuações escuras, caracterizando, assim, a fase  inicial da infecção, ou seja, germinação do uredósporo e penetração da folha (GODOY; SEIXAS; MEYER; SOARES, 2020).

Figura 2 - Sintomas da ferrugem asiática da soja.

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Fonte: Maurício Meyer.

Além disso, recomenda-se a utilização de plantas de cultivares precoces, uma  vez que diminui o tempo de exposição da planta ao fungo. Também deve ser  realizado o manejo ideal da irrigação quando esta se dá por aspersão,a fim de evitar as  condições ideais para o desenvolvimento da doença (GODOY; SEIXAS;  MEYER; SOARES, 2020).

O controle químico deve ser realizado de forma preventiva ou curativa a  depender das condições de infecção da lavoura. A seguir é possível observar os  principais ingredientes ativos a serem utilizados no manejo dessa fitossanidade,  como, por exemplo, os produtos comerciais Mancozeb Nortox e Fox XPRO (GODOY; SEIXAS; MEYER; SOARES, 2020).

É recomendado a aplicação de fungicidas protetores iniciadas no pré fechamento do dossel (V6 a V8) com bicos cônicos e gotas finas, visando atingir  as folhas do baixeiro a planta, onde se instala a doença. Após esse período,  torna-se difícil a chegada do produto no local desejado, o terço inferior da soja  (GODOY; SEIXAS; MEYER; SOARES, 2020).

Figura 3 - Principais ativos utilizados no controle da ferrugem asiática.

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Fonte: Agrofit

Para um eficiente controle, a grande maioria das regiões produtoras adotaram o vazio sanitário, que consiste em uma técnica na qual estabelece um período de 60 a 90 dias sem que se tenha a semeadura de soja ou outra planta voluntária em campo. Esse período é  capaz de reduzir a incidência do fungo na lavoura, uma vez que esse somente  consegue sobreviver em plantas vivas (PORTAL ADAMA, 2021).

Figura 4 - Período do vazio sanitário nos estados.

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Fonte: Embrapa.

Uma novidade no controle da ferrugem asiática da soja surgiu com o lançamento  de cultivares “INOX”, as quais conferem uma certa resistência à planta. Essa  resistência permite a formações de lesões do tipo “RB” (marrom-avermelhada)  com extensiva necrose, menor número de uredínios e pouca esporulação, uma  vez que o fungo causador dessa doença é biotrófico e necessita de tecido vivo  para sua sobrevivência. Em plantas suscetíveis, as lesões são do tipo “TAN”  (castanha): sem necrose e com excessiva esporulação. A biotecnologia “INOX”  não exclui a necessidade de aplicação de fungicidas, mas reduz a evolução  dessa doença permitindo certa flexibilização quanto ao tempo de aplicação de  produtos (MAISSOJA, 2021).

Figura 5 - Tipos de lesões

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Fonte: MaisSoja

Redigido por:

Eduarda Godoi Rogenski de Mello - GarΦud

Amanda Pelicer Beckers - π-p-ta

Referências:

AGROLINK. Ferrugem asiática: ferrugem da soja (phakopsora pachyrhizi).  Ferrugem da soja (Phakopsora pachyrhizi). Disponível em:  https://www.agrolink.com.br/problemas/ferrugem-asiatica_2241.html. Acesso  em: 23 set. 2021.

GODOY, Cláudia Vieira; SEIXAS, Claudine Dinali Santos; MEYER, Maurício  Conrado; SOARES, Rafael Moreira. Ferrugem-asiática da soja: bases para o  manejo da doença e estratégias antirresistência. bases para o manejo da doença  e estratégias antirresistência. 2020. Disponível em:  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/213614/1/DOC-428.pdf.  

Acesso em: 23 set. 2021.

MAISSOJA. Soja INOX® dispensa o uso de fungicidas? Disponível em:  https://maissoja.com.br/soja-inox-dispensa-o-uso-de-fungicidas/. Acesso em: 27  set. 2021.

NASCIMENTO, Jackeline Matos do; GAVASSONI, Walber Luiz; BACCHI, Lilian  Maria Arruda; MELO, Evandro Puhl de. Germinação de uredinosporos de  Phakopsora pachyrhizi e Puccinia kuehnii sob diferentes adjuvantes.  Disponível em:  https://www.scielo.br/j/aib/a/vp8J43rj8WBfrK8ZzR9dpDR/?lang=pt&format=pdf#

:~:text=Os%20ciclos%20de%20vida%20das,e%20disper%2D%20sados%20pel o%20vento.. Acesso em: 23 set. 2021.

PORTAL ADAMA. Ferrugem asiática da soja: entenda de vez como  combater e melhorar sua produção. 2021. Disponível em:  https://portaladama.com/ferrugem-asiatica/. Acesso em: 23 set. 2021.

RODRIGUES, Dra Leilane Karam. Ferrugem asiática da soja. 2019. Disponível  em: https://promip.agr.br/ferrugem-asiatica-da-soja/. Acesso em: 23 set. 2021.

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