top of page

Informativo GEA

Consórcio
Milho-Brachiaria
rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

O Consórcio Milho-Brachiaria começou seus estudos integrados na década de 90, visando observar as características que essa integração poderia sobressair do sistema convencional no combate à fungos. Para isso, no início da década seguinte, foi divulgado o primeiro estudo, e avaliado na Fazenda Santa Fé, no município de Santa Helena de Goiás, na qual o sistema acabou carregando o nome da fazenda, sendo chamado desde então de Sistema Santa Fé (BIOMATRIX, 2021). Esse tipo de sistema não é apenas utilizado no milho (Zea mays), mas também em soja, arroz, sorgo e milheto com alguma espécie de forrageira, sendo a principal do gênero Brachiaria (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, 2000).

Nesse sentido, para escolha da espécie e cultivar de Brachiaria para o consórcio com o milho, deve-se analisar o propósito a que serão destinadas as forrageiras, podendo ser usada como cobertura do solo ou para a formação de pastagens. Além disso, a Brachiaria apresenta um sistema radicular bastante desenvolvido, promovendo melhorias no solo como a descompactação, aumento da porosidade, retenção de água e matéria orgânica (RIBEIRO, 2020).

Figura 1:  Consórcio Milho - Brachiaria

milho brachiaria.jpg

Fonte: Grupo Cultivar

Para a utilização como cobertura do solo, deve-se escolher uma forrageira com os seguintes aspectos: facilidade de dessecação, produção de massa para cobrir o solo, que não apresente crescimento em excesso e possuir um baixo custo de sementes (RIBEIRO, 2020). Segundo a EMBRAPA, a forrageira B. ruziziensis é a que atende melhor os pré-requisitos devido a sua capacidade de emitir colmos decumbentes, que enraízam nos nós e cobrem espaços vazios nas entrelinhas, além de ser uma espécie de fácil dessecação. Outra espécie que pode ser utilizada para esta finalidade é a B. decumbens, porém possui maior dificuldade de ser dessecada (MACHADO; CECATO; JANK; VERZIGNASSI; VALLE, 2013).

Figura 2: Brachiaria ruziziensis com folhas decumbentes e bordas onduladas (a) e B. decumbens com folhas eretas e bordas planas (b).

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png
brach.jpg

Fonte: Embrapa

Caso o interesse seja o uso da forrageira para formação de pastagem entre a colheita do milho safrinha e a soja, deve-se considerar o preço das sementes, o grau de facilidade de dessecação e a produção de forragem, em que as espécies mais produtivas são a B. brizantha e P. maximum, porém é necessário realizar alterações, tais como aumentar a densidade de semeadura e reduzir o espaçamento entre as linhas de capim em relação ao milho, de 20 cm - 40 cm, para preencher as entrelinhas mais rapidamente (MACHADO; CECATO; JANK; VERZIGNASSI; VALLE, 2013).

A semeadura pode ser realizada simultaneamente em caixa intercalada; com a presença de uma terceira caixa; ou a lanço, variando do estilo e propósito do que realizará na próxima cultura (BIOMATRIX, 2021).

Figura 3: Tipos de semeadura, do consórcio de milho - forrageira

brac.png

Fonte: Biomatrix

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

Dentro desse consórcio existem diversas vantagens tais como melhor aproveitamento de alguns nutrientes para as plantas (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), na qual estes são acumulados na matéria seca da planta, na parte aérea e radicular, controle de plantas daninhas fotoblásticas positivas, como por exemplo o Capim amargoso (Digitaria insularis) e Buva (Conyza bonariensis), e melhora da microbiota do solo. Algumas vantagens secundárias são observadas na redução da temperatura do solo e da necessidade de água pela planta, alta relação C/N e controle da erosão (BIOMATRIX, 2021).

Para evitar perdas de produtividade na cultura do milho, é necessário manejar adequadamente a forrageira com o uso adequado de herbicidas. Além da utilização de herbicidas específicos para a supressão da braquiária, o correto manejo de plantas daninhas na cultura antecessora é fundamental visto que as altas infestações de gramíneas podem tornar inviável a pronta implantação do consórcio, dessa forma, recomenda-se a semeadura de milho solteiro para realizar o manejo das infestantes e após a redução do banco de sementes, implantar o consórcio na área, já em áreas com baixa infestação ocorre a supressão pela brachiaria do crescimento das outras gramíneas infestantes. Dentre os herbicidas que podem ser utilizados no consórcio merecem destaque o Atrazina e o Nicosulfuron (CONCENÇO; SILVA, 2013).

A época adequada de dessecação da forrageira é um desafio complexo, pois envolve condições climáticas e operacionais na propriedade, de modo que, para a dessecação, deve-se levar em consideração a época de semeadura da cultura de sucessão, a quantidade de palha produzida pelo consórcio e o período de tempo entre a dessecação e a semeadura da próxima cultura (CONCENÇO; SILVA, 2013).

rodado_do_trator-removebg-preview.png
rodado_do_trator-removebg-preview.png

Redigido por:

Vitor Lambertus Lima van Ham - Maori

Gabriel Ribeiro de Oliveira - Dólar

Referências:

MACHADO, Luís Armando Zago; CECATO, Ulysses; JANK, Liana; VERZIGNASSI,

Jaqueline Rosemeire; VALLE, Cacilda Borges do. Consórcio Milho-Braquiária. 2013. 180 f. Tese (Doutorado) - Curso de Embrapa, Embrapa, Brasília, 2013. Disponível em: file:///C:/Users/gabri/Downloads/SantaFe%CC%81%20(1).pdf. Acesso em: 11 out. 2021.

CONCENÇO,      Germani;      SILVA,     Alexandre      Ferreira      da.                         Consórcio

Milho-Braquiária. 2013. 180 f. Tese (Doutorado) - Curso de Embrapa, Embrapa,

Brasília,        2013.  Disponível    em: file:///C:/Users/gabri/Downloads/SantaFe%CC%81%20(1).pdf. Acesso em: 11 out. 2021.

BIOMATRIX, sementes. Implantação e manejo do consórcio milho-brachiaria. 2021.

Disponível                                                                                              em:

https://sementesbiomatrix.com.br/blog/fertilidade/produtividade/consorcio-milho-brac hiaria/. Acesso em: 11 out. 2021

EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, Technological Solutions, Sistema Santa Fé. 2000.

Disponível     em: https://www.embrapa.br/en/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/2695/s istema-santa-fe. Acesso em: 11 out. 2021

RIBEIRO, Giulia. Agro inovadores - Sistema Santa Fé: O quê você precisa saber.

2020.    Disponível    em:        https://agro.genica.com.br/2020/03/09/sistema-santa-fe/.

Acesso em: 11 out. 2021

bottom of page