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Informativo GEA

Plantas de cobertura
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A utilização de plantas de cobertura faz parte de um manejo conservacionista do solo, principalmente quando se utiliza dos pilares do sistema de plantio direto, que são três: não revolvimento do solo, manutenção de cobertura vegetal e rotação de culturas. Desse modo, as plantas de cobertura têm ganhado muito espaço nas áreas de cultivo, seja em rotação com culturas anuais em períodos de entressafra, em reformas de canaviais ou em entrelinhas de culturas perenes (CHERUBIN, 2022).

Assim, a utilização dessas plantas traz inúmeros benefícios ao sistema, tanto químicos, pela ciclagem e disponibilização de nutrientes; físicos, pelo crescimento radicular que pode ser diferenciado provocando uma certa descompactação; ou biológico, uma vez que a micro e macro são favorecidas, aumentando a diversidade de organismos benéficos ao sistema (CHERUBIN, 2022).

Além disso, há muitos outros fatores como manutenção da temperatura e umidade do solo, controle de daninhas por competição, efeito alelopático e barreira física à emergência, além de redução de erosão e escorrimento superficial, uma vez que a cobertura vegetal reduz o impacto da chuva. Também é uma forma de estoque de carbono, que além de promover assim, matéria orgânica para o solo, pode contribuir com a mitigação de mudanças climáticas causadas pela emissão de gases de efeito estufa (CHERUBIN, 2022).

Figura 1- Benefícios ao funcionamento do solo fornecidos pela utilização de plantas de cobertura  

Fonte: Bruna Emanuele Schiebelbein

Em se tratando da utilização das plantas de cobertura em sistema de cultivo, deve-se atentar ao modelo do sistema e características específicas de cada região, bem como a época em que será implantada, uma vez que há plantas de primavera/verão e de outono/inverno. Além disso, também é necessário se atentar aos benefícios que cada planta pode proporcionar para a área em específico, avaliando seu histórico em relação a culturas anteriores, doenças, pragas, nematoides, além de propriedades químicas e físicas do solo (CHERUBIN, 2022).

Dentre as plantas de primavera/verão, algumas bastante utilizadas merecem uma atenção especial. As braquiárias (U. ruziziensis, U. brizantha, U. decumbens), capins originados da África Equatorial, se destacam pela elevada produção de biomassa, sendo boas opções para sistemas de integração lavoura-pecuária, e consorciado em culturas como café e milho, sendo este último uma prática crescente, principalmente em regiões do Cerrado, visando supressão de daninhas, manutenção de palhada na entressafra conservação do solo. (CHERUBIN, 2022).

Figura 2 - Braquiária (Urochloa spp.)

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Fonte: Canva Pro

Outra planta que se destaca é a Crotalária, sendo as principais espécies a C. juncea, C. ochroleuca e C. spectabilis, Apesar de pertencerem ao mesmo gênero, há algumas peculiaridades de cada espécie que são importantes. A C. juncea é uma boa opção para rotação de culturas, como maneira de controle de erosão, além de ter um alto potencial produtivo de biomassa e disponibilização de nutrientes ao sistema, uma vez que faz relações simbióticas como microrganismos que fixam o N atmosférico (CHERUBIN, 2022).

Figura 3 - Crotalária júncea

Fonte: Canva Pro

Já a C. ochroleuca é conhecida pela maior rusticidade e tolerância ao déficit hídrico, podendo ser uma boa opção para semeaduras mais tardias e para recuperação de áreas com menor potencial produtivo, sendo capaz de produzir bastante biomassa nessas condições. Outro ponto é que apresenta boa tolerância aos fitonematoides Meloydogine incognita, Rotylenchulus reniformis e Pratylenchus brachyurus (CHERUBIN, 2022).

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Figura 4 - Crotalária ochroleuca

Fonte: Maria Emília Moreira Maróstica

A C. spectabilis, por sua vez, é comumente utilizada em áreas com infestação de nematoide das galhas (Meloidogyne spp.) e das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus), além de ser a mais indicada para utilização em consórcio com milho. Também realiza associações simbióticas com microrganismos e a decomposição da palhada dessa planta fornece em média 220 kg/ha de N, 24 kg/ha de P, 220 kg/ha de K, 65 kg/ha de Ca e 28 kg/ha de Mg ao solo (CHERUBIN, 2022).

Figura 5 - Crotalária spectabilis

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Fonte: Canva Pro

Já em relação as plantas de cobertura de outono/inverno, também se destacam algumas. Um exemplo são as aveias, tanto a aveia branca (Avena sativa) como a aveia preta (Avena strigosa), que são utilizadas pela questão de se adaptarem a um cultivo em época e regiões mais frias, se adaptando, além de propiciar ciclagem de nutrientes, controle de plantas daninhas e diminuição de população de nematoides (CHERUBIN, 2022).

Figura 6: Aveia branca

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Fonte: Canva Pro

Há também o nabo forrageiro (Raphanus sativus), que é muito indicado como adubação verde, pela ciclagem de elevadas taxas de fósforo e nitrogênio, possuindo também uma raiz agressiva que age rompendo camadas compactadas do solo. Pela sua relação C/N muito baixa, sua palhada é rapidamente decomposta, o que explica sua utilização junto com as aveias, por exemplo, para um melhor aporte de palhada ao sistema (CHERUBIN, 2022).

Figura 7: Nabo forrageiro

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Fonte: Pirai Sementes

Portanto, os benefícios da utilização de plantas de coberturas em sistemas de cultivo, sejam em consórcio ou rotação, estão sendo cada vez mais conhecidos, permitindo com que seu uso seja mais frequente nas principais regiões produtoras do Brasil.

Redigido por:

C-quéla - Otávio Augusto M. Ferreira

Referências bibliográficas:

Guia prático de plantas de cobertura: aspectos filotécnicos e impactos sobre a saúde do solo [recurso eletrônico] / Martha Lustosa Carvalho ... [et al.]; organização de Maurício Roberto Cherubin. - - Piracicaba : ESALQ-USP, 2022 126 p. : il.

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