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Informativo GEA

FUNCIONAMENTO COLHEDORA DE GRÃOS
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Uma colhedora combinada autopropelida de grãos exerce diversas funções dentro de um processo de colheita. Nesse sentido, é importante que ela seja muito bem regulada para que não haja perdas durante as etapas que ela realiza, sendo elas: corte, alimentação, trilha, separação, limpeza e armazenamento. O sistema de corte é diretamente ligado com a alimentação da máquina, sendo que juntos formam a plataforma da máquina. Dessa forma, a plataforma para a cultura da soja é composta primeiramente pelo molinete, que é composto de dentes e realiza movimentos circulares, como forma de conduzir a planta para a barra de corte. Essa, por sua vez, é composta de facas triangulares, que realizam a ceifa das plantas próximo da base por meio de rápidos e repetitivos movimentos horizontais (MOLIN,s.d.).

Figura 1: Facas de barra de corte.

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Fonte: IMAM, s.d.

Em seguida, tem-se o caracol transportador, ou esteira (draper) que possuem função de transportar o material já cortado para o centro de alimentação. Com o aumento das máquinas e das plataformas, o sistema draper tem sido cada vez mais aderido, por ser mais flexível, se adequando melhor ao solo, algo muito importante na colheita de soja, haja vista que a plataforma passa rente ao solo para não perder vagens. Com o material já na boca do centro de alimentação da máquina, por meio de esteiras, ele vai entregar o produto até o sistema de trilha (MOLIN,s.d.).

Figura 2: Plataforma caracol

Figura 3: Plataforma draper

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Fonte: MF Rural, 2009

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Fonte: Revista cultivar, 2020

A próxima etapa realizada já dentro da colhedora, é a trilha, que consiste a remoção do grão da parte que o prende a planta, no caso a vagem, por meio do atrito e impacto entre uma parte que se move circularmente e uma parte fixa logo abaixo. No que se refere a esse processo, existe uma divisão das colhedoras de acordo com o fluxo no sistema de trilha, as de fluxo radial e as de fluxo axial. Nas colhedoras de fluxo radial, o produto passa uma única vez entre o rotor (parte que se movimenta) e o côncavo (parte fixa), já na colhedora de fluxo axial o produto gira ao redor do rotor, entrando em uma extremidade e saindo pela outra, o que faz com que ele passe mais de uma vez entre o rotor e o cilindro separador, sendo então um sistema menos abrupto (MOLIN,s.d.).

Figura 4: Diferença entre fluxo radial e axial

Fluxo radial e axial.png

Fonte: Molin, s.d.

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Após a trilha, tem se a separação seguida da limpeza. A separação é composta por um sistema de saca-palhas, nas colhedoras de fluxo radial, e nas de fluxo axial, ocorre no mesmo corpo do sistema de trilha. No saca-palhas, tem-se a separação dos grãos (remanescentes do sistema de trilha) do palhiço por meio de movimentos repetidos que agitam o material. Posteriormente, o sistema de limpeza faz uma limpeza mais detalhada, por meio de um conjunto de peneiras denominado “bandeja de alimentação”. Nele, a bandeja superior vai reter os materiais maiores enquanto os grãos caem na bandeja de baixo. Ao caírem, receberão uma corrente de vento (gerada pelo ventilador) que vai expulsar o palhiço da máquina. Limpos, os grãos cairão no escorregador de grãos e serão transportados por meio de um helicoide para o pé do elevador de grãos que vai levá-los até o tanque graneleiro na parte de cima da máquina. Os grãos ficarão nesse tanque até que ele esteja cheio e ocorra o descarregamento pelo tubo de descarga, que consiste em uma grande helicoide transportadora. Porém, o material que ficou retido na peneira superior, cai o escorregador de retrilha e são submetidos a uma retrilha. Existem, entretanto, duas formas de retrilha, a retrilha independente e a retrilha integrada. A primeira delas é realizada na parte traseira da máquina, por uma pequena unidade de retrilha baseada no impacto. A segunda, é feita no sistema principal de trilha, e, para isso, se faz necessário o uso de elevadores de retrilha (MOLIN,s.d.).

Figura 5: Sistema de limpeza.

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Fonte: Mecaniza.org, s.d.

No final do processo realizado pela colhedora, está o picador de palha, que tem como função picar a palhada oriunda do saca palhas. Esse processo é realizado por facas rotativas e tem como objetivo diminuir a concentração de palha para que não haja o embuchamento da máquina que realizará a próxima operação, a semeadura. Porém, cada vez mais os produtores estão preocupados em manter uma boa palhada no solo para realizar o plantio direto, o qual proporciona vantagens como regulação da temperatura e umidade, dessa maneira, esses estão optando por trocar esse picador por um espalhador para que mantenha uma palha que se decomponha mais lentamente (MOLIN, s.d.; SILVA, 2015).

Figura 6: Picador de palhas

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Fonte: Silva, 2015

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Em relação as perdas na colheita, pode ser por causas naturais, como chuva, ou por perdas na plataforma, a qual está relacionada a altura de molinete, abertura do cilindro e do concavo, inclinação dos pentes, rotação do cilindro trilhador, dentre outros. Desta forma, umas das formas de mitigar esses problemas seria um planejamento do período de colheita, visando colher em épocas que não tem previsão de chuva, regulagem da altura e avanço do molinete, manutenção da barra de corte para que não haja folga e danificação das lâminas que ocasionam a debulha do grão e a regulagem da abertura do cilindro-côncavo, no caso da colheita de grãos mais secos terá uma abertura maior do côncavo para que não haja quebramento dos mesmos e com maior umidade, será feito um maior fechamento do côncavo. Visto isso, é muito importante realizar todas essas medidas para que não haja grandes perdas na colheita e, consequentemente, uma diminuição dos lucros do produtor (MOLIN, s.d.; SILVA, 2015).

Redigido por:

Sigatók - Mariana Caixeta Consonni

Temporona - Pedro Van Melis

Referências:

Moodle USP: e-Disciplinas. edisciplinas.usp.br. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4453313/mod_resource/content/1/Colhedoras%20de%20gr%C3%A3os.pdf>.

SILVA, Rouverson Pereira da. Colhedora de grãos. Jaboticabal: Unesp, 2015.

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