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Informativo GEA

Triazóis

No atual cenário da agricultura, a aderência por novas tecnologias é essencial a otimização da produção reduzindo perdas na lavoura e assim viabilizando os custos de produção. Uma das formas de perdas mais discutidas, atualmente, são aquelas causadas por doenças em plantas cultivadas, Em geral, as enfermidades são causada por microrganismos como bactérias, vírus e fungos, que necessitam das plantas para completar seu ciclo. Segundo Menten (2016), os efeitos dos patógenos nas culturas correspondem atualmente a 13,3% das perdas agronômicas no mundo. Dentre essas perdas, pode-se destacar aquelas causadas por indivíduos enquadrados no reino Fungi. Tendo isso em vista, almejasse a realização de manejos adequados com fungicidas, de maneira a evitar resistência dos fungos e atingir altas produtividades.

 


Um dos grupo de fungicidas mais difundidos atualmente são os Triazóis, fungicidas orgânicos desenvolvido por volta de 1960 e que dispõem de grande importância no controle químico de doenças causadas por fungos como  ascomicetos, deuteromicetos e basidiomicetos.

Os triazóis pertencem ao grupo dos inibidores de biossíntese de esteróis, e constitui o maior e mais importante grupo de compostos que visam o controle de doenças fúngicas que afetam tanto plantas como animais. Esse grupo caracteriza-se pelo seus diferentes graus de sistemicidade na planta e alto potencial antifúngico, sendo usados no controle de um amplo espectro de doenças.

 


Os principais ingredientes ativos desse grupo presente no mercado são: Ciproconazol, Tebuconazol, Flutriafol, Epoxiconazol, Tetraconazol, Fluquinconazol, Miclobutanil, Difenoconzol, Propiconazol e Triadimenol. (BORTOLINI e GHELLER, 2012)

 


Segundo Marques (2017), os triazóis podem ser caracterizados como compostos que possuem três nitrogênios no anel aromático, como heteroátomo. Sendo assim, esses nitrogênios podem estar no anel aromático na posição 1,2,3-Triazol ou 1,2,4-Triazol. Para a formação de fungicidas desse grupo químico ocorre a adição de diferentes tipos de radicais livres à uma molécula de 1,2,4-Triazol. (MOURA, 2013)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os triazóis, além de uma alta capacidade de seletividade, possuem rápida penetração e translocação na planta, garantido, assim, baixa perda por lixiviação. Ademais, esses fungicidas possuem alto efeito fungitóxico, com rápida translocação nos tecidos vegetais, e que garante uma ação como protetor, quando ainda não houve a infecção do patógeno, e curativa quando a infecção já está instalada. (FORCELINI, 1994)

 

 

A translocação acropetal, ou seja via xilema, é a mais comum entre os fungicidas sistêmicos usados na agricultura moderna. Sendo assim, o ingrediente ativo é absorvido e translocado via xilema, inibindo a infecção do patógeno. Para a penetração, os fungicidas devem difundir-se pela membrana plasmática da faixa de Caspary  da endoderme das raízes da planta. Uma vez dentro da planta, o ingrediente ativo toma a rota apoplástica (ascendente), ou seja depende do gradiente de potencial entre solo e água, gerado pela transpiração, caracterizando-se por ser uma ascendente. (GARCIA, 1999)

Após a translocação até o sítio de infecção do patógeno, quando a molécula de triazol entra em contato com o fungo, começa o processo de acúmulo de esteróis, como 4,4-dimetil e 4α-metil, sendo que ambos apresentam o radical 14α-metil. Dessa maneira, é inibido o processo de demetilação do lanosterol até compostos intermediários, que são percursores do ergosterol. Isso ocorre por conta da ocupação pelo fungicida aos sítios de ativos destinados à ligação da enzima 14α-demetilase ao citocromo P-450, que é catalisador da reação de oxidação 14α-metil até 14α-hidroximetil, que diz respeito a primeira etapa da demetilação. Devido à ausência do ergosterol e do acumulo dos compostos intermediários, ocorre a desorganização da estrutura celular, induzindo a formação de membranas alternativas. (RODRIGUES, 2009)

Os triazóis apresentam médio risco de resistência, necessitando dessa forma ações anti-resistência para garantir sua alta eficiência no controle de doenças. (Ghini & Kimati, 2002)

     Por fim, nota-se que os Triazóis apresentam suma importância no controle de doenças em culturas de grande interesse agronômico. Visto que esse grupo apresenta controle em fitopatógenos de grande expressividade tais como: Ferrugem asiática na soja, cercosporiose no café, antracnose no feijão, entre outras.

Redigido por:

Yuri Marcondes Scholten 

 

 Referências: 

 

BORTOLINI, A. M. M., & GHELLER, J. A. Aplicação de diferentes fungicidas no controle de doenças foliares na cultura do milho em relação à produtividade. Revista Brasileira de Energias Renováveis, Cascavel, v.1, p. 109-121, 2012.

FORCELLINI, C. A. Fungicidas inibidores da síntese de esteróis. I. Tiazoles. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v.2, p.335-355, 1994.

Garcia, A. (1999). Fungicidas I: utilização no controle químico de doenças e sua ação contra os fitopatógenos . Porto Velho : Embrapa Rondônia.

Ghini, R., & Kimati, H. (2002). Resitência de fungos a fungicidas. Jaguiúna: Embrapa.

Marques, L. (19 de 09 de 2017). Elevagro. Fonte: Modo e mecanismo de ação dos fungicidas triazóis e triazolintione: https://elevagro.com/materiais-didaticos/modo-e-mecanismo-de-acao-dos-fungicidas-triazois-e-triazolintione/#_=_

MENTEN, J. O.; BANZATO, T. C.. Fungicidas. Piracicaba: Esalq, 2016. 56 slides, color. Disponível em: <http://www.leb.esalq.usp.br/leb/disciplinas/Casimiro/LFN/fungicidas%20AULA%20ESALQ%20ago2016.pdf>.

MOURA, Paula Caroline Silva. Efeitos fisiológicos da aplicação de triazol e estrobilurina em soja. 2013. 60 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual de São Paulo Escola Superior de Agricultura "luiz de Queiroz", Piracicaba, 2013.

RODRIGUES, Marco Antonio Tavares. Avaliação do efeito fisiológico do uso de fungicidas na cultura da soja. 2009. 197 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Agronômica, Universidade Estadual de São Paulo Escola Superior de Agricultura "luiz de Queiroz", Piracicaba, 2009.

Fonte: Elevagro

ESTRUTURA GERAL DOS TRIAZÓIS

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ROTA APOPLÁSTICA 

Fonte: Agrolink

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ESQUEMATIZAÇÃO DO MECANISMO DE AÇÃO DOS TRIAZÓIS

Fonte: Segatto, 2018

Universidade de São Paulo | Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"

 

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